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João Lopes de Morais
Médico, Professor, Político e Publicista
(1783 - 1860)
João Lopes de Morais, nasceu na Gândara a 6 de Janeiro de 1783 e faleceu a 29 de Outubro de 1860. Era filho de António Lopes e Joana Maria.
Aluno aplicado, obteve o grau de doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, ainda muito jovem. Decorriam então as invasões francesas no nosso país.
Foi Conselheiro e Lente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Leccionou as disciplinas de Matéria Médica, enquanto demonstrador; Aforismos e
Patologia Médica. Ocupou os seguintes cargos: Ajudante de Clínica dos Hospitais da Universidade; Ajudante dos Lentes de Prática; Decano e Director da Faculdade de Medicina.
Foi afastado do ensino pela chamada “ Junta Expurgatória”, por causa do seu apego às teorias liberais.
Foi deputado das Cortes e médico de D.Maria II.
Enquanto deputado nas Cortes, apresentou um projecto de lei sobre os princípios e bases da organização do Governo ou dos princípios e bases orgânicas do Governo Constitucional.
Quando D. Miguel assumiu a liderança do absolutismo, apareceu em Coimbra um cónego, Martins Tavares, que conseguiu tornar-se tesoureiro do bispado. E é nesta altura que se constitui a Casa da Gândara, com terrenos usurpados a vários rendeiros.
O Dr. João Lopes de Morais era casado com uma irmã de Martins Tavares. Para grande escândalo da época, Martins Tavares fez subir ao posto de Capitão Mor um seu irmão totalmente destituído de sentimentos e incapaz.
Adepto do liberalismo, em 1828, João Lopes de Morais foi preso e conduzido às masmorras de Almeida, por ordem do seu cunhado Capitão Mor.
Na prisão tinha certa intimidade com o Governador, com quem comia à mesa. Estava o Miguelismo enfraquecido, surge a proposta de João Lopes de Morais poder vir a Mortágua, o que recusa de imediato, temendo os excessos de seu cunhado.
Após cumprir 4 anos de prisão, sai em liberdade em Março de 1833.
O seu cunhado apressa-se a condená-lo à morte e em 13 de Outubro do mesmo ano, tendo sido avisado, retira-se para a Culmiosa.
No dia seguinte entram em sua casa e destroem tudo o que havia, inclusive as suas obras literárias.
Fundou, entre outros, o semanário “ Oposição Nacional “ e pertenceu à loja maçónica Filadélfia.
Publicou algumas obras, entre as quais em 1845 “ Duas Palavras aos governos por ocasião das eleições” e “ Resposta da faculdade de medicina da Universidade de Coimbra à representação da Sociedade das Ciências Médicas “ em 1846.
Em 1995 e por força do Desp. 15/SSEAM/95, de 27 de Janeiro, a Escola Secundária de Mortágua passou a denominar-se Escola Secundária Dr. João Lopes de Morais, sendo o seu patrono.
Considerando que o conselho directivo da Esc. Sec. de Mortágua, após concordância da Câmara Municipal respectiva, propõe o nome de Dr. João Lopes de Morais para patrono desta escola; Considerando que o Dr. João Lopes de Morais, nascido em Gândara (Mortágua), doutor em medicina, exerceu funções docentes e foi detentor de diversos cargos na área das ciências médicas; Considerando que contribuiu para o enriquecimento da cultura portuguesa através da publicação de obras de índole política e de medicina;
Considerando, finalmente que estão preenchidos os requisitos e demais finalidades previstos no Dec.- Lei 387/90, de 10 -12, determino:
A Escola Secundária de Mortágua passa a denominar-se Escola Secundária Dr. João Lopes de Morais, Mortágua.
À rua onde tinha a sua casa em Mortágua, foi dado o seu nome. Rua essa que fazia parte da antiga “ estrada real”, que ligava Coimbra a Viseu, e por onde passaram reis, rainhas, príncipes e nobres de Portugal.