 Big Band do Conservatório de Música de Coimbra
proporcionou espetáculo de inegável qualidade
O Centro de Animação Cultural recebeu no passado dia 21 a Big Band do Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra, em mais um espetáculo integrado no programa cultural “Noites Quentes”, promovido pelo Município.
Na plateia estiveram mais de uma centena de pessoas, que assistiram a um espetáculo de excelente qualidade, cheio de ritmo, emoções e memórias, numa viagem ao passado, até às famosas big bands que fizeram enorme sucesso entre os anos 20 e 50, a chamada “era do swing”. Dentre as maiores Big Band''s estavam, por exemplo, as dos artistas: Maynard Ferguson, Dizzy Gillespie, Count Basie, Duke Ellington, Glenn Miller, Benny Goodman, entre outras.
Em palco estiveram 18 alunos do Curso Profissional de Jazz, a que se juntaram alguns elementos do Curso Livre de Jazz, da mesma escola, com secções de sopros e rítmica.
Como não podia deixar de ser, o repertório apresentado incluiu alguns temas clássicos, mas também temas mais recentes aos quais foram dados uma nova roupagem, uma dinâmica diferente, mais ao estilo big band, como aconteceu com a interpretação do tema “Satisfaction”, dos Rolling Stones.
Surpreendente a interpretação do jovem Diogo Vidal, com uma voz a fazer relembrar Michael Bublé, que brilhou ao cantar “Felling Good” ou “Lady is a tramp” de Frank Sinatra. Uma magnífica voz que deixou o público rendido.
As atuações em concerto da Big Band têm uma função pedagógica, ou seja, de formação ao vivo, sendo por isso um desafio para os jovens executantes. O Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Coimbra começou a funcionar, pela primeira vez, neste ano letivo.
As solicitações para concertos são muitas. “Até ao final deste ano letivo temos agendados 16 concertos”, referiu-nos Rui Lúcio, que dirige a Big Band.
No final o público manifestou o seu agrado e satisfação pelo espetáculo dado a ver e a ouvir, tributando fortes aplausos ao grupo, num gesto de agradecimento pelo maravilhoso serão ali passado.
O espetáculo da Big Band foi o último da segunda temporada das “Noites Quentes”, que regressam no outono. O programa tem por objetivo proporcionar ao público mortaguense uma oferta cultural e artística de reconhecida qualidade, diversificada e diferente, contribuindo dessa forma para a criação de novos hábitos e públicos nas áreas da Cultura e Artes.
Apresentação da mascote do Centro de Animação Cultural
Este espetáculo ficou também marcado pela apresentação pública da mascote que a partir de agora vai servir de imagem para a divulgação das atividades culturais que decorrem no Centro de Animação Cultural, organizadas pelo Município. A mascote, designada “o madeira”, tem também uma página no Facebook.
Exposição “Tributo ao Jazz”, de Rute Gonzalez
As pessoas que se deslocaram ao espetáculo tiveram também a oportunidade de apreciar a Exposição “Tributo ao Jazz”, da autoria da artista plástica mortaguense Rute Gonzalez, que se encontra patente no átrio do Centro de Animação Cultural. A Exposição surge no âmbito do projeto municipal “Teatro Club com Vida”, que pretende divulgar o trabalho criativo dos artistas locais nas mais diversas áreas, convidando-os a expor as suas criações naquele espaço cultural.
Aqui a música ganha formas, cores e texturas, recorrendo à reciclagem de azulejos.
De todas as cores, arestas incertas e diferentes combinações, os azulejos são manipulados e colocados na tela ao sabor da imaginação; fios de tinta preta largados de forma tosca dão o toque final a uma figura, que não é percetível no imediato. “Tem que haver uma leitura para decifrar o que lá está desenhado. É como uma mensagem encriptada”, conta Rute Gonzalez, adiantando que “o segredo é a pessoa afastar-se uns metros atrás para tentar decifrar esse enigma figurativo, mas nem toda a gente consegue”. É como um jogo de tétris que desafia o observador a procurar o todo entre as partes, entre uma miríade de fragmentos coloridos, multiformes e “desorganizadamente organizados”.
Esta série dedicada ao Jazz faz parte de um trilogia de obras temáticas, construídas com esta técnica, inspirada em Gaudi. Curiosamente, duas delas dedicadas à música, mais concretamente ao Tango e ao Jazz. “Sou verdadeiramente apaixonada pelo Tango. Tem a ver com a música, o caliente e aquele jogo de swing que é característico do género. Acho fascinante!”
Com apenas 14 anos, Rute Gonzalez entra para o mundo das artes, realizando esquissos em torno do seio familiar. Aos 18, começa a expor os seus trabalhos ao público.
Em 2001, formou-se em Pintura pela Escola Universitária das Artes de Coimbra. Ao longo do seu percurso é influenciada nas suas obras por variadas correntes artísticas, entre as quais a Pop Art. No seu currículo conta já com 19 exposições realizadas, todas elas com um caráter invulgar.
Atualmente o seu trabalho artístico centra-se na Pintura e Instalação.
A Exposição “Tributo ao Jazz” pode ser visitada até 15 de abril.
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