 O Município de Mortágua procedeu ontem a uma ação de plantação de espécies autóctones numa área florestal, com cerca de 1,28 hectares, pertencente ao domínio privado do Município. As espécies plantadas foram sobreiros, carvalhos e medronheiros, tendo sido produzidas nos viveiros da Escola Superior Agrária de Coimbra. Esta iniciativa inseriu-se no projeto Forest for Future (F4F), que tem como entidade líder o SERQ (Centro de Inovação e Competências da Floresta), e envolve uma parceria de várias entidades: Município de Mortágua, ADICES, Escola Superior Agrária de Coimbra, Universidade de Coimbra e Universidade de Aveiro. Presidente da Câmara, Vereadores, Coordenador da Adices, Docentes e Alunos da Escola Superior Agrária de Coimbra, Docentes e Alunos da Universidade de Aveiro, Sapadores Florestais do Município, participaram na ação no terreno, aos quais de juntaram vários mortaguenses que se inscreveram no evento. O objetivo da iniciativa é fomentar a biodiversidade florestal, promover e preservar as espécies autóctones do nosso território, que contribuem para uma floresta mais rica, diversa e resiliente aos incêndios, bem como para a diversidade de espécies animais. O projeto F4F – Forest For Future visa a valorização da fileira florestal da Região Centro e tem por objetivo primordial a demonstração e a transferência de tecnologias e soluções que permitam melhorar o valor acrescentado no setor florestal da região Centro. Abrange as várias fases da cadeia, desde as plantas até aos produtos finais, baseando-se em quatro pilares fundamentais: “Plantas e Viveiros”, “Gestão Florestal”, “Indústria” e “Floresta multiusos”. Filomena Gomes, docente da Escola Superior Agrária de Coimbra, sublinhou a importância de se criar “diversidade florestal, com as nossas espécies autóctones”. “Temos aqui um concelho com muito potencial produtivo para o eucalipto, uma espécie que tem uma grande relevância económica neste território, mas devemos promover a diversidade e criar zonas de descontinuidade que ajudam a proteger a floresta dos incêndios, das pragas e doenças”. Até porque, acrescenta, o próprio sistema produtivo do eucalipto beneficia da diversidade do mosaico florestal, em termos de proteção e sustentabilidade. O presidente da Câmara Municipal, Ricardo Pardal, refere que no território podem e devem coexistir várias espécies, com as suas zonas de aptidão específica e numa lógica de complementaridade. “A nossa realidade florestal assenta sobretudo na espécie eucalipto, que é um pilar na economia local, no emprego e no sustento de muitas famílias”. Uma floresta com retorno económico mas também com benefícios ambientais, como a retenção de carbono e a produção de energias renováveis a partir de unidades industriais instaladas no concelho que aproveitam e valorizam subprodutos e resíduos florestais, lembra. “Agora o que precisamos de fazer é também promover e incentivar as outras espécies, quer numa perspetiva paisagística quer de valorização dos produtos locais, como o mel, a castanha, o medronho, entre outros, que também têm um valor económico para as pessoas”. Adianta ainda que a Câmara Municipal pretende promover a reflorestação das faixas de gestão de combustíveis, situadas ao longo da rede viária municipal, criando corredores verdes e ecológicos com recurso às espécies autóctones. O presidente da Câmara espera que esta ação possa constituir um incentivo, levando os proprietários a seguir o exemplo, “para que tenhamos uma floresta viva, multifuncional e sustentável”. .JPG) .JPG)
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