Reunião de trabalho sobre a floresta
No âmbito das Jornadas Parlamentares do Partido Socialista , que se realizaram entre os dias 23, 24 e 25 de Março, em Viseu, uma delegação parlamentar deslocou-se a Mortágua no passado dia 24 para uma visita de trabalho temática sobre a floresta e energias renováveis.
A delegação parlamentar do Partido Socialista foi recebida nos Paços do Concelho pelo Presidente da Câmara Municipal, Afonso Abrantes. Faziam parte da delegação, entre outros, Ana Catarina Mendes, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar, Miguel Freitas, membro da SubComissão da Agricultura e Floresta e da Comissão Eventual para os Fogos Florestais, Leonor Coutinho, Vice-Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Braga da Cruz, membro da Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento.
Após a troca de cumprimentos, os deputados assistiram à apresentação, a cargo do Gabinete Técnico-Florestal da Autarquia, do programa de valorização e preservação florestal que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos 16 anos, em Mortágua. Esta sessão de trabalho permitiu aos deputados não só inteirarem-se das medidas executadas, mas também colocar questões e esclarecimentos com base nas informações e números fornecidos. O concelho de Mortágua tem sido apontado com um exemplo a seguir no que se refere à prevenção de fogos florestais e preservação da mancha florestal, uma área onde o Município investe muito, e esta sessão de trabalho deu para os deputados levarem essa imagem positiva e concluírem de que há aqui um empenhamento sério e forte na defesa da floresta.
De seguida a delegação visitou a Central Termoeléctrica de Mortágua, a funcionar desde 1999 e inaugurada pelo então Primeiro-Ministro António Guterres. À chegada os deputados foram recebidos por responsáveis da Central, Eng. Gil Patrão, Administrador Executivo da EDP Produção Bioeléctrica, SA., Eng. Joaquim Pardal, responsável pela área de negócios e Eng.Moura, responsável pela área da Operação e Manutenção, respectivamente. Seguiu-se um briefing onde foi dado a conhecer aquele equipamento, o seu modo de funcionamento, evolução da recolha de biomassa e de produção energética, a sua importância no contexto da economia local, regional e nacional. Como teve oportunidade de referir o Eng. Gil Patrão, a Central passou por algumas dificuldades no início, desde logo, porque se tratava de um projecto pioneiro em Portugal. Passados seis anos, a Central alcançou a sua estabilidade e actualmente trabalha na sua capacidade máxima, no limite das suas possibilidades de queima, estando já prevista a ampliação da Central para dar resposta à oferta de resíduos. Segundo os dados divulgados, o ano passado a Central recebeu 93.284 toneladas de resíduos florestais e produziu 56,86 GWh de energia. A construção da Central contribuiu para a criação de um mercado de resíduos florestais, que não existia até esse momento em Portugal, rentabilizando economicamente uma matéria abundante nas nossas florestas e com relação directa na diminuição do risco de incêndios, promovendo a limpeza das matas. De tal forma o projecto vingou, que o Governo abriu concurso para a instalação de mais 15 centrais em Portugal, alimentadas com biomassa florestal. Após este encontro, seguiu-se uma visita guiada ao interior e exterior da Central, que permitiu aos deputados perceber melhor o seu modus operandi.
Na agenda de trabalho desta visita constou também a questão das acessibilidades, e concretamente a futura alternativa ao IP3. O Presidente da Câmara aproveitou para reiterar a sua posição, ou seja, de defesa da solução que está actualmente em estudo, que prevê a construção de um novo traçado, em perfil de auto-estrada, entre Coimbra e Viseu, e sem prejuízo da ligação ao IC12. Afonso Abrantes considera que a solução em estudo “é a mais benéfica ao desenvolvimento de Mortágua”, aquela que “recoloca o concelho no centro das comunicações entre as duas capitais de distrito”.
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