A Câmara Municipal de Mortágua, sob proposta do seu Gabinete Técnico-Florestal, decidiu prolongar a campanha de vigilância florestal até ao dia 15 de Outubro. Esta decisão do Município teve em consideração as circunstâncias excepcionais existentes, prevendo-se a continuação das elevadas temperaturas e baixos valores de humidade, a que se juntam as condições do solo, a vegetação seca, o que faz com que os factores de risco ainda sejam favoráveis à ocorrência de incêndios na floresta.
A autarquia local, à semelhança de anos anteriores, planeou e montou no terreno um dispositivo móvel de vigilância florestal, constituído por 16 homens, 4 viaturas equipadas com kit de 1ª intervenção e motos todo-o-terreno, com o objectivo de vigiar a floresta do concelho 24 horas sobre 24 horas, de modo a permitir a detecção precoce e intervenção imediata no caso de uma ocorrência. Estava inicialmente previsto que esse dispositivo funcionasse durante a “Época Oficial de Fogos, que vai de 1 de Julho a 30 de Setembro, mas a autarquia já tinha ressalvada a possibilidade de alargar esse intervalo caso as condições meteorológicas fossem anormais, como está a acontecer este ano, o que tem contribuído para um grande número de fogos a nível nacional.
“É um esforço acrescido, humano e financeiro, que teremos que fazer, mas não podemos ficar sossegados enquanto não houver uma normalização das condições metereológicas”, refere o presidente da Câmara Municipal, Afonso Abrantes.
O concelho de Mortágua tem uma vasta área de floresta, (cerca de 85% do território), no entanto tem registado ao longo dos últimos anos uma baixa incidência de área ardida, em boa parte como resultado de uma planeada e eficaz política de prevenção, com fortes e continuados investimentos na construção e beneficiação de infra-estruturas florestais, como caminhos, aceiros, pontos de água e postos de vigia, criando condições de protecção e preservação da mancha florestal. Este ano, contra o que era habitual, também foi atingido, embora a área ardida no total da área florestal do concelho não seja significativa.
“Investimos como poucos municípios deste país na prevenção e vigilância florestal, mas há fenómenos que não conseguimos dominar e depois há as mãos criminosas que deles se aproveitam”, conclui Afonso Abrantes.
|