 Foram realizadas obras de restauro do Pelourinho de Mortágua e de requalificação da zona envolvente. A intervenção, promovida pelo Município e sob a orientação da IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I. P.), compreendeu operações de limpeza geral, conservação e restauro do monumento, bem como a criação de uma zona de proteção em seu redor. O Pelourinho da Vila foi construído no séc. XVI na sequência da doação de Foral Manuelino. Ao longo dos séculos o monumento sofreu um processo de corrosão em consequência de fatores naturais. Por outro lado, ocorreram alguns acidentes ao longo do tempo, como derrube da cúpula, quebra da coluna, e intervenções de reparação que nem sempre foram as mais criteriosas, levando ao desaparecimento de elementos heráldicos e ornamentais. O Pelourinho de Mortágua, situado num pequeno largo na Rua Dr. João Lopes de Morais (também conhecido por Largo do Pelourinho), está classificado como Imóvel de Interesse Público, sendo o único monumento nacional existente no concelho. A sua localização primitiva era no entanto alguns metros mais a nascente, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal. Na segunda metade do século XIX, o monumento foi deslocado para a sua localização atual. 
Segundo o Presidente da Câmara, José Júlio Norte, esta intervenção visa “preservar e dignificar um monumento que é um dos símbolos mais importantes do concelho, que faz parte da nossa história, do nosso povo”. E acrescenta: “Estamos a comemorar os 500 anos da doação do Foral Manuelino a Mortágua, o momento não podia ter maior significado”. O Pelourinho é constituído por três partes, que são regra nesta espécie de monumentos: plataforma (quadrangular com três degraus), coluna (em pedra calcária) e cúpula (um volumoso monólito calcário completamente cinzelada). A cúpula apresenta quatro faces: uma representa a ordem eclesiástica, outra o símbolo da Casa Real, a terceira o símbolo do Concelho e a quarta o brasão dos fidalgos donatários. O médico e historiador Assis e Santos, que estudou profusa e detalhadamente o monumento, no seu livro “O Pelourinho de Mortágua”, refere que “a existência de um pelourinho numa localidade correspondia ao funcionamento de um tribunal municipal de que o pelourinho era ao mesmo tempo o emblema e instrumento executório. O tribunal municipal era uma das regalias essenciais dos municípios e coexistia com as outras garantias autárquicas do povo das vilas. O pelourinho significa, sob este ponto de vista, que a nossa vila usufruiu desde 748 anos as garantias jurisdicionais de município autónomo. Está prevista a “inauguração” do restaurado Pelourinho no próximo dia 29 de maio, integrada na comemoração do Dia do Município e dos 500 anos da outorga do Foral Manuelino a Mortágua. |