Integrada no programa comemorativo do Dia do Municipio, abriu ao público no passado dia 20 de Maio, a Exposição “Sentir a Terra - Trilhos da Alma”. Trata-se de mais uma exposição inserida no ciclo temático “Sentir a Terra”, que vem sendo associada ás comemorações do Dia do Município desde há três anos. Em comum, têm o facto de mostrarem testemunhos do passado, nos mais diferentes aspectos: históricos, culturais, económicos, sociais, tradições, etc. A primeira exposição intitulou-se “Abrindo o Baú”, a segunda “Sentir a Terra - Actividades e Vivências Tradicionais” e finalmente esta última, dedicada ao tema da espiritualidade.
Nesta exposição está patente uma grande quantidade e variedade de testemunhos de âmbito espiritual do povo, produto de vivências ligadas à Religião, à Superstição e Tradição. Apesar da religião cristã ser dominante na nossa sociedade, não podemos negar que as crendices, as superstições e outros rituais tradicionais tiveram e continuam a ter um lugar importante no imaginário do nosso povo. Nos séculos passados, essas práticas e rituais paralelos à religião eram proibidos e condenados, o que não impediu que persistissem através da própria religião, perpetuando-se por via oral.
Estão ali expostos testemunhos materiais, como objectos de culto (crucifixos, oratórios, colchas de procissão, santinhos, pagelas, imagens, altar de Páscoa, colecções de Santo António, presépios, véus, roupas de comunhão, amortalhados), mas também documentais e outros, como sejam rezas e ditos populares e ervas com supostos poderes curativos.
Merece particular atenção a colecção de crucifixos, alguns deles bastante antigos, bem como algumas imagens de santos, verdadeiras relíquias.
Trata-se, em suma, de uma exposição muito original, interessante e rica, ao mesmo tempo uma agradável surpresa para a maioria dos mortaguenses que concerteza não imaginariam no concelho todo este património e riqueza espiritual.
Ao mostrar estes saberes e vivências do passado, mais ou menos longínquo, transmitidos de geração em geração, este ciclo temático constitui também um contributo para a preservação da nossa identidade local.
Data: 20 de Maio a 6 de Junho
Horário: Seg. a Sexta das 14h00 ás 17h30
Sáb. e Dom. das 20h00 ás 23h00