 O Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo, efetuou no passado dia 19, uma visita à empresa farmacêutica BASI, instalada no Parque Industrial de Mortágua. Durante a visita guiada aos laboratórios, o Ministro da Saúde, que esteve acompanhado pelos Sócios-Gerentes da empresa, Presidente da Câmara Municipal, Presidente do Infarmed, percorreu as zonas de produção, controlo de qualidade, logística e armazenamento.
Esta visita ministerial surge num contexto muito específico, numa altura em que a empresa se disponibilizou para produzir alguns medicamentos cuja comercialização poderia estar comprometida, afetando os utentes, por se tratarem de medicamentos que, pelo seu baixo custo e por falta de interesse comercial, não suscitam grande apetência por parte da indústria farmacêutica, podendo resultar daí uma eventual rutura generalizada no seu fornecimento.
Trata-se sobretudo de moléculas referentes a formulações pediátricas, sob a forma líquida oral, como xaropes e soros, utilizados para a insuficiência renal, doenças hepáticas, hipertensão e insuficiência cardíaca, diuréticos, entre outros. Ao disponibilizar-se para produzir estas formulações, a BASI garante a manutenção do acesso dos doentes a estes medicamentos, importantes do ponto de vista da necessidade terapêutica pediátrica.
Neste momento a BASI encontra-se a fazer uma análise técnica da possibilidade de adaptação das suas instalações produtivas às necessidades especificas de fabrico destes medicamentos, considerando a dimensão reduzida dos lotes a produzir e a capacidade produtiva instalada.
Joaquim Chaves, sócio e administrador da BASI, referiu que a empresa está pronta para responder às necessidades do mercado. “Temos aqui uma capacidade instalada de 30 milhões de unidades e atualmente a produção cifra-se nos 10 milhões. Temos qualidade, disponibilidade e capacidade produtiva para produzir mais 20 milhões e no espaço de um mês podemos entregar o produto, assim haja solicitação por parte do Infarmed”.
Esta resposta ao repto lançado pelo Infarmed e pelo Ministério da Saúde, adiantou, insere-se também numa atitude de responsabilidade social da empresa, assegurando a comercialização de medicamentos essenciais que doutra forma poderiam não chegar aos utentes.
Investimento de 15 milhões de euros
A BASI é uma empresa de produção e desenvolvimento de líquidos orais e semissólidos, como xaropes, soros e cremes. A empresa iniciou a sua laboração em agosto do ano passado, transferindo-se de Coimbra para Mortágua, dada a necessidade de espaço físico para crescer e aumentar a sua competitividade. O investimento realizado foi de 15 milhões de euros, na sua maior parte autofinanciamento. A empresa continua a investir, nomeadamente no incremento da capacidade de fabrico e controlo de qualidade, através da aquisição de novos equipamentos, e a nível da capacidade de armazenagem e logística, prevendo investir até ao final do ano cerca de 1.500.000,00€.
Para além da BASI, o Grupo integra as empresas PARACÉLSIA (produção, investigação e desenvolvimento de soluções parenterais de grande volume e soluções de irrigação), a FHC Farmacêutica (comercialização e gestão logística de produtos de âmbito farmacêutico), a OVERPHARMA (promoção e comercialização de produtos farmacêuticos, dispositivos médicos de consumo e implantáveis no mercado hospitalar), EMPIFARMA (gestão logística, distribuição e comercialização de medicamentos humanos e produtos farmacêuticos a todos os distribuidores por grosso, farmácias e locais de venda de MNSRM em Portugal) e ainda duas empresas ligadas à consultoria, tecnologias de informação e serviços, a PHAGECON e a ZEONE.
No total o Grupo empresarial conta com 230 colaboradores.
A produção de medicamentos destina-se sobretudo ao mercado externo, desde África, Europa, Médio Oriente. No ano passado o Grupo registou um volume de negócios de 154.901.210 euros.
O Presidente da Câmara Municipal destaca o avultado investimento realizado pelo grupo empresarial no concelho, o seu dinamismo e crescimento exponencial, para além do significativo número de postos de trabalho que emprega, com uma elevada taxa de empregabilidade de jovens qualificados. “O setor farmacêutico tem um grande peso na economia local, em termos de volume de negócios e emprego, mas é também um setor da maior importância em termos de inovação, e o Município tem dado todo o apoio a este setor, criando condições e incentivos para a sua fixação e expansão, porque entendemos que é estratégico para o concelho”.
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